"Tia, eu já sei minha profissão. Quero ser uma fada". Fada não estava na lista do Dia das Profissões. Tinha engenheiro de meio ambiente, operador de caldeira, geocientista, educadora física e jornalista. Mas fada, tinha não. E fada, por acaso, é profissão?
Vozes repletas do sentimento de realização na vida ecoaram nos pátios das três escolas. Palavras de incentivo ao estudo foram ora totalmente absorvidas, ora divididas com a atenção ao brinquedo companheiro de todas os momentos. Inclusive os de sala de aula, afinal, na escola faz-se amigos, mas na volta para casa é o brinquedo que vai junto, inseparável, solidário.
E a fada? Aquela que não estava na lista? O escritor e folclorista inglês Joseph Ritson certa vez disse que as fadas são seres parcialmente materiais, parcialmente espirituais, com o poder de mudar a sua aparência e de, conforme a sua vontade, serem visíveis ou invisíveis aos seres humanos. E segundo a explicação com base na origem da palavra, acredita-se que as fadas intervêm de forma mágica no destino das pessoas.
Sendo assim, ela até podia não estar elencada, mas se fez presente na hora da chamada. Como ser material, lá estava ela sentada no chão do pátio. Como ser espiritual, despejou um sorriso capaz de chegar à alma. Com sua capacidade de ser visível ou invisível conforme sua própria vontade, apareceu tímida e delicada em meio aos coleguinhas. E da forma mais singela possível fez a mágica reinar naquele instante do "quero ser fada".
Mas como explicar que não apenas este momento pareceu ter sido mágico? Foi um dia todo de magia e encantamento. Será possível que estivéssemos todos diante de uma legião de fadas e fados, tão capazes de ensinar lições quanto os profissionais ali falantes? Será que, no fundo, não são estes os que ainda têm muito o que aprender com esses serzinhos especiais, com PhD na universidade da inocência e lealdade?
Respondendo, então, à pergunta inicial, fada é profissão. E sem querer entrou para a lista do dia 2 de março de 2012.
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